25 julho 2006

Foucault e a história do cotidiano


Ele foi a um seminário acadêmico. Quatro comunicações. Uma palestra. Temas: sexualidade, família patriarcal, panóptico, sociedade de controle, amor e rock, controle social.
Havia amigos de trabalho, muitos estranhos, vontade de saber e desejo. Desejo que aflorava pelos póros. E uma necessidade de continência para a sociabilidade.
Pois que se apaixonou pela paixão de um pelo trabalho, pelos dentes pontiagudos de outro. Atrás de si um tipo forte e sem ossos. Sentia suas correntes de calor, sua presença, sua atenção que ora se manifestava.
Intervalo: De onde vem? Qual seu nome? E o seu? Onde está hospedado? Vim com uma amiga.
Mais rigor científico. Criação de roteiro à parte. E a presença palpitante do moreno.
Final: Você sabe onde há uma lan-house? Ali adiante! Que vai fazer agora? Vou ali no bar e vc? Eu também, vamos lá.
Na saída a tal amiga que já chegou o abraçando. Ela demarcou seu território, mas parecia que o afagado não correspondia à altura. Como sempre, o outro manteve a discrição. O visitante estava atento a todos os movimentos dele. No caminho até o bar, uma conhecida, outra conhecida, e o estrangeiro retardando sua "amiga" para esperar.
Não demorou pra ela perceber o movimento. O território cada vez era mais demarcado. E a marcação ficou cerrada. Ele já não mais olhava para o visitante. E percebeu que cada vez mais ela se irava com a atração de seu "amigo" pelo outro. Quase que discretamente, chamou sua atenção e o visitante tornou-se mais frio que mármore.
E a possibilidade tornou-se uma quimera.