15 novembro 2006

Agenda

Coloquei este poema na minha agenda de tarefas.

Segue o teu destino

Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.

A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios.

Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.

Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te.
A resposta
Está além dos deuses.

Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.

Ricardo Reis

Quem sou eu: (2)



Hoje sinto-me um misto de Gustav Von Aschenbach e Carrie White.

14 novembro 2006

Quem sou eu:


Eu poderia ser Nina Simone, Rimbaud, Luís Fernando Veríssimo, Franz Liszt, Tião Macalé, a florista da esquina, o lavador de carros. Poderia saber voar, ter poderes paranormais, ou então ler três livros por dia.
Mas sou eu, com um jeito interiorano e um desespero, um amor tão grande e uma vontade de nadar, umas palavras tão precisas e uma falta de necessidade de ser. É fácil lidar comigo, é só ler a bula. Como não tenho, bastam meus olhos.

11 novembro 2006

Fotos que fiz

A menina dança

Laranjeiras

Jardim secreto

Exposição


Janelas?

Maresia no Guarujá

Crespúsculo em Assis

10 novembro 2006

Espera...


Cada vez são menos compreensíveis as razões do amor. E cada vez menos creditada aquela frase romântica de três palavras, com dois pronomes e um verbo, aquela que dizem o tempo todo nos filmes estadosunidenses, nas capas de cadernos de colegiais, nos folhetins televisivos, nos romances de banca de jornal.
É preferível sentir a proximidade de quem falta, mesmo à distância. Mas vem o silêncio e a frase escrita junto a uma letra de música estrangeira.
Será querer demasiado falar do cotidiano como se fazia outrora? Será excessivo ultrapassar os limites do respeito ao outro e pedir atenção? Será patológico não se conformar com os ecos de um afeto preso à memória do corpo?
Enquanto isso, a espera de uma resposta vai consumindo os nervos, os pulmões, o estômago.

03 novembro 2006

Motivações cibernéticas


Às vezes repito um mantra, que na verdade é uma música cantada pelo Milton:
"Se queres ser feliz como me disse
No Analices
No Analices
No Analices
No Analices
Se queres ser feliz como me disse".

Uso em várias ocasiões, mas hoje veio combinada com uma canção do Vinícius: "Deixa".

Às vezes tenho medo...