10 novembro 2006

Espera...


Cada vez são menos compreensíveis as razões do amor. E cada vez menos creditada aquela frase romântica de três palavras, com dois pronomes e um verbo, aquela que dizem o tempo todo nos filmes estadosunidenses, nas capas de cadernos de colegiais, nos folhetins televisivos, nos romances de banca de jornal.
É preferível sentir a proximidade de quem falta, mesmo à distância. Mas vem o silêncio e a frase escrita junto a uma letra de música estrangeira.
Será querer demasiado falar do cotidiano como se fazia outrora? Será excessivo ultrapassar os limites do respeito ao outro e pedir atenção? Será patológico não se conformar com os ecos de um afeto preso à memória do corpo?
Enquanto isso, a espera de uma resposta vai consumindo os nervos, os pulmões, o estômago.